Olá meus caros amigos leitores, preparados para continuarmos viajando pelo mundo conhecendo as principais uvas utilizadas na fabricação dos vinhos? Como dito no post anterior, irei falar de outras seis novas uvas, de modo que completemos o rol das principais delas. Mas, hoje falarei de mais três uvas tintas e três brancas.
Uvas tintas
Grenache: Trata-se da segunda casta vinífera mais cultivada no mundo, mesmo não sendo tão famosa como a Merlot ou a Cabernet Sauvignon, isso pelo fato da sua casta se apresentar em corte e não varietal, de modo que, embora “desconhecida” é utilizada em uma grande gama de vinhos, tais como o Rioja, Châteauneuf-du-Pape e “GSM”.
Originária da Espanha, da região litorânea da Cataluña, o que justifica uma outra denominação GARNACHA (Garnacha tinta).
De fácil cultivo, pode ser encontrada em várias regiões (quentes) e produzida em vários tipos de solos, sendo uma uva versátil, a ponto de ser utilizada para a fabricação de vinhos rosés, tintos e, até mesmo, vinhos de sobremesa.
Seu produto, em regra, é um vinho alcoólico, aromático, com baixa acidez e pouco tanino. Possui brotamento precoce e longo período de crescimento até o completo amadurecimento. Por ser das últimas castas a serem colhidas, possui alta concentração de açúcar no bago e, por corolário, de elevada concentração alcoólica.
Todavia, é uma uva exigente com relação à sua fase no vinhedo, não se permitindo a ser corrigida na adega.
Malbec: Uva originária de Bordeaux. É uma uva bem semelhante a Merlot, com coloração tubi violácea, sabor maduro de frutas secas e especiarias, com um leve adocicado no paladar, muito tânica (possui taninos macios). Na Argentina, onde é responsável pelos melhores vinhos tintos produzidos no país, essa casta encontrou seu lugar no mundo, o seu “terroir”, em decorrência do conjunto de fatores geográficos, climáticos, geológicos e biológicos da região. Não podemos afastar a condição de ser um vinho que figura entre os preferidos do brasileiro.
Em regra, o vinho Malbec varietal apresenta uma bela cor vermelha púpura, com reflexos violáceos quando jovens, intensa e de aroma frutado. Sendo essa, uma bebida macia e saborosa, eis que os açúcares escondem bem os taninos.
Quando envelhecido no carvalho, seus aromas se tornam mais complexos, dando origem a notas de baunilhas, couro, coco, especiarias, tabaco, trufas ou cravo.
Possui boa estrutura, sobretudo aqueles com carvalho, sendo encorpado, mas jamais agressivo (lembrem-se que os taninos são macios), ou seja, podemos afirmar que produz um vinho amável, sedoso e de acidez moderada.
Merlot: Proveniente de Bordeaux, na França, podemos falar que se adaptou bem à região da Serra Gaúcha. É a uva mais cultivada em Bordeaux e a terceira da Frnaça. Trata-se de uma uva mais suave, mais macia, com menos tanino e com aromas mais frutados quando comparada à Caernet Sauvignon.
Ainda com essa comparação, podemos afirmar que tem uma maturação mais fácil e rápida.
A merlot pode desenvolver aromas de chocolate e frutas vermelhas maduras quando colhidas com a maturação correta.
O vinho Merlot tem cor rubi, tenro, frutado, complexo e aveludado. De corpo médio, a encorpado.
Mesmo podendo ser consumido jovem, sabe-se que se ganhar envelhecimento, se tornará cada vez mais aveludado.
Todavia, o enólogo Michael Rolland encabeça o entendimento que diz que ela deve ser colhida o mais tarde possível, para que ocorra a concentração dos açucares e a maturação fenólica, por outro lado Christian Moueix e Jean-Claude Berrouet afirmam que a colheita tardia prejudica a acidez e supervaloriza os aromas frutados deixando os vinhos pesados, carnudos em detrimento da elegância, frescor e longevidade.
Uvas brancas
Sauvignon Blanc: Para inaugurarmos a sequência das uvas brancas, vamos falar de uma das uvas mais admiradas e mais plantadas, a Sauvignon Blanc, que possui acidez aguda, fresco, aspectos minerais e bastante frutados. Originária de Bordeaux, melhor produzida no vale do Loire, porém recebeu grande destaque na Nova Zelândia.
É considerada um das uvas finas mais nobres do mundo. Possui colheita precoce, normalmente realizada no início do verão.
Essa uva consegue manter a limpidez, pois praticamente não impregna no carvalho.
Produz vinhos secos refrescantes, marcados por sua acidez.
Por não produzir vinhos para longos envelhecimentos, é melhor consumida no período compreendido entre o primeiro e sexto ano de colheita.
Quando jovem apresenta coloração esverdeada, que evolui para o palha em poucos anos.
Oferta para nosso olfato aroma de frutas tropicais, como maracujá e abacaxi.
Chenin Blanc: Uva da região do Loire central, na França, já próximo do Atlântico. Embora tenha a origem francesa, é uma uva que se tornou especialidade dos Sul-Africanos.
Destacamos que essa uva é praticamente um camaleão, assumindo características específicas dependendo do seu terroir. Em climas quentes se aproxima doa Chardonnay, Viognier e da Torrontés. Em climas frios, da Sauvignon Blanc, Alvarinho e Pinot Grigio.
Possui aroma floral e frutado, e pode ser utilizada na produção de vinhos secos ou doces, neste caso, quando são atacadas pela podridão nobre, que lhes confere maior teor de açúcar. É responsável pelo famoso Vouray.
Outro ponto que merece destaque é que os vinhos por elas produzidos, também variam, de secos, passando por suaves até os vinhos de sobremesa. Todavia, sempre possui uma acidez característica que varia entre a média e alta.
Quando colhida precocemente, a Chenin Blanc pode remeter ao maracujá, ao passo que quando maduras, se aproxima dos pêssegos.
Pinot Griggio: Também conhecida como Pinot Gris, é da família pinot noir e produz vinhos leves, jovens e secos na Itália (Pinot Griggio), e mais ricos e perfumados quando provenientes da Alsácia, França.
Nos EUA é tido como o vinho branco importado mais lucrativo segundo pesquisa Nielsen.
Bem da verdade, essa uva produz alguns bons rótulos, como por exemplo, Pinot Grigio de Gravnerr, Movia, Meroi etc.
Mas, em sua maioria é criticado por sommeliers, eis que é tido como doces e ordinários (pode ser uma boa opção exatamente por causa disso). Todavia, o vinho pino gris, em regra, é seco.
O que não significa dizer que não existam exceções, aqueles feitos com uvas mais amadurecidas e o vinho de mesa doce.
O vinhos italianos, como mencionado acima, são mais claros e com aromas neutros, com sabor leve e delicado. Ao passo que na França, onde é colhida tardiamente, seus vinhos possuem aromas e sabores mais acentuados.
Em regra, quem aprecia o Sauvignon Blanc, se rende ao Pinot Grigio italiano. Ao passo que esse paralelo também pode ser feito entre quem gosta do Chardonnay em relação ao Pinot Gris, da França.
Os aromas transitam entre o pêssego e damasco, limão e tangerina, pera e maçã verde, mel , tomilho e flores silvestres.