O Vale do Douro, região de excelência dos vinhos em Portugal e também famosa pela prática tradicional de vitivinicultura, agrega tecnologia aos seus métodos históricos de lavoura. Pesquisadores e produtores estão testando um robô com capacidade para analisar parâmetros importantes da vinha, que interferem na qualidade da produção.
A Quinta do Ataíde, em Vila Flor, foi o local escolhido para a fase de testes do projeto “VineScout”, que pretende investigar o desenvolvimento da planta, a disponibilidade de água, entre outros itens que podem melhorar o potencial qualitativo do fruto, por meio da robótica. Especialistas europeus, tanto de Portugal quanto oriundos de países como Espanha, França e Reino Unido, se reuniram para colocar em prática essa nova alternativa do setor.
“Trata-se de uma máquina que, de uma forma muito simples, pretende monitorar parâmetros chave sobre o comportamento da vinha, como o estado hídrico da videira e os índices de vegetação e o vigor da planta. A partir destes dois parâmetros, permite-nos recolher informação para construção de vinhos de potencial diferenciado”, explicou Fernando Alves, responsável por pesquisa e desenvolvimento da Symington, uma das maiores empresas de vinhos do Douro.
O robô está numa fase “intermédia” de desenvolvimento e o projeto, que é financiado pela União Europeia, teve início em 2016, com previsão para ser finalizado em três anos. A ideia é deixar um protótipo acessível e fácil de operar, e que seja comercializável, para que as empresas possam ter interesser em fabricá-lo.
O robô “VineScout” será movido a propulsão elétrica e energia solar, levando em conta as práticas sustentáveis necessárias para o futuro do setor vitivinícola do Douro e de outras regiões da Europa. Além da Symington Family Estates (único player do setor escolhido para integrar o projeto), fazem parte do consórcio a Universidade Politécnica de Valência e a Universidade de La Rioja (Espanha); a Wall-YE Robots & Software (França); e a Sundance Multiprocessor Technologies (Reino Unido