A holandesa Heineken adquiriu, segundo confirmado nessa manhã, segunda-feira 13, a Brasil Kirin, pela bagatela de 664 milhões de euros. Sendo assim, ela, Heineken, se torna na segunda maior cervejaria do Brasil, atrás da AB Inbev.
Com a transação, a cervejaria Holandesa adquiriu do portfólio da marca japonesa, a Schin, Baden Baden e Eisenbahn.
A Heineken deixou claro que quer ampliar sua presença em todo o país, através do fortalecimento de seu portfólio. Segundo a nota da empresa:
“A Heineken se tornará a segunda maior empresa de cerveja do Brasil com uma plataforma comercial mais forte para capturar o futuro crescimento lucrativo em um excitante mercado de cerveja”
Jean-François Van Boxmeer, chairman e CEO da Heineken ainda afirmou:
“Esta transação é transformadora nesse importante mercado de cerveja, contribuindo para o histórico de sucesso que registramos no segmento premium e fortalecendo nossa plataforma para crescimento futuro. Reitera nosso compromisso com o mercado brasileiro e a confiança em nossa capacidade de gerar resultados positivos no longo prazo em todos os segmentos do mercado”
A Brasil Kirin fechou 2016 com receita maior que R$ 3,71 bilhões, superando em 0,02 bilhões em relação ao ano anterior, quando bateu “apenas” R$ 3,69 bilhões.
Embora a negociação já esteja anunciada, sua conclusão depende de aprovações regulatórias, previstas já para esse semestre.
Anna Ward, analista especialista em bebidas alcoólicas da Euromonitor International, o Brasil é um mercado de expansão chave para a Heineken, ela afirmou:
“A Heineken foi a marca de lager premium de mais rápido crescimento no mercado em 2015.”
A automonitor ainda coloca o Brasil como sendo o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, atrás da China e dos EUA.
A negociação já havia sido revelada pela Heineken no mês passado, quando as estimativas do negócio giravam em torno de US$ 870 milhões.
Em terras tupiniquins, a líder do mercado é a Ambev com 63,3% de participação de mercado em 2015, seguida por Petrópolis e Kirin, ambas com 11,9%, enquanto a heineken vem com 6,8% de participação (segundo os dados de 2015).
A negociação, por óbvio, irá acirrar a disputa no mercado, tanto que, para Adalberto Viviani, fundador da consultoria Concept:
“Haverá necessidade de as empresas terem mais ações comerciais efetivas e ações de trade. É preciso garantir espaço no PDV. Como sempre acontece numa movimentação de mercado, o tabuleiro sofrerá um rearranjo”
Didier Debrosse, presidente da Heineken Brasil, a atual configuração não permitiria o crescimento orgânico das três maiores cervejarias brasileiras:
“É preciso ganhar participação, especialmente em termos de qualidade, por meio da inovação. Outra alternativa possível seria puxar o gatilho de uma guerra de preços, mas nunca vi em parte nenhuma do mundo uma guerra de preços contribuir para a construção ou crescimento de mercado. Então, é fazer o que temos feito: acreditar na inovação, na construção de marcas”
Agora, nos resta aguardar a confirmação e aprovação da aquisição, para, depois, vermos como será o real comportamento do mercado.