Olá meus caros amigos leitores, continuando nosso Manual do vinho vamos hoje falar sobre os tipos de uva, nesse terceiro post sobre o tema.
Já falamos de 9 tipos de uvas tintas e 3 tipos de brancas. Agora, iremos finalizar esse capítulo com mais 6 uvas brancas.
Viognier
Uva de origem francesa (porém alguns pesquisadores acreditam que ela tenha se originado na Dalmácia, na Croácia), podendo ser encontrada em diversos países como Chile, Argentina, Brasil, etc. Produz vinhos brancos secos ou doces (podendo produzir vinhos tintos também), com toques florais.
Uva de difícil cultivo, propensa a mofo, produz rendimentos baixos e imprevisíveis.
Uma utilização específica, é a suavização e clareamento que ela gera nos vinhos de uva Syrah, por exemplo. Outra hipótese, ocorre quando sua colheita é feita de modo tardio, assim, sendo viável sua utilização para a fabricação de vinhos mais doces, como os de sobremesa.
Quando utilizada de forma isolada, produz, em regra, vinhos mais robustos, de baixa acidez, com teor alcoólico próximo a 13%. Seus vinhos são bastante perfumados, com aromas que variam de flores a mel.
Sua baixa acidez não exige carvalho para chegar a um vinho com equilíbrio, todavia, quando envelhecida em madeira, há uma melhora em seu sabor exótico e sedutor, podendo ocorrer acréscimo de um toque de baunilha ao resultado final.
Chardonnay
Decorrente do cruzamento natureal entre a uva Pinot Noir e a casta Gouais Blanc, é uma uva com origem nas regiões de Champagne e Borgonha (França), todavia hoje pode ser encontrada em várias localidades, em decorrência de sua facilidade de cultivo e de vinificação. Ao lado da pinot noir e da pinot meunier, forma o tripé do corte clássico do champagne. No Brasil é a regra na produção dos melhores espumantes.
Ela é conhecida como a “rainha das uvas brancas” por proporcionar vinhos complexos, ricos e bem estruturados.
Essa uva produz vinhos de alta qualidade e reputação como o Chablis, Montrachet e Poully-Fussé, todos de Borgonha, de modo que podemos afirmar que é a matéria-prima dos vinhos brancos mais caros e disputados do planeta.
Produz, em especial, um vinho com um toque amanteigado e com aromas tostados e frutados. Se amadurecida em carvalho, terá aroma de baunilha, além de ser macio e não ter uma acidez agressiva.
Mas, destacamos que ela pode produzir vinhos variados, desde leves e neutro aos mais encorpados e longevos.
Semillon
Utilizada em uma gama especial de vinhos, desde os vinhos brancos secos de Bourdeaux, até os vinhos doces de Sauternes, na França.
É muito suscetível à podridão nobre decorrente de ação do fungo Botrytis cinera, que desidrata as uvas concentrando os açúcares.
É uma uva que tem variação de características, dependendo da região onde é cultivada. Por exemplo: contém aromas cítricos e adocicado em Bordeaux e amanteigado na Austrália.
É a uva principal do vinho doce mais famoso do mundo, o Sauternes. Porém, sua variedade é tamanha que podemos a encontrar em um blend com a Sauvignon Blanc, quando produz vinhos mais secos. Nessa mistura específica, por serem uvas muito distintas entre si, formam um par interessante de aromas tropicais e paladar crocante. O que faz com que possamos deduzir que, pelo exposto, ela produz vinhos de sobremesa.
Gewurztraminer
Famosa uva branca da Alsácia, nordeste da França, já próxima a fronteira da Alemanha. Seu nome decorre do fato de ter película rosada e sabor picante, eis que “gerwürz” significa tempero, em alemão.
É uma variedade delicada e de difícil cultivo, mas que proporciona vinhos excelentes com complexa aromaticidade.
De fácil vinificação, seus vinhos costumam serem ricos, de cor amarelo-ouro, com aromas de rosas, canela e gengibre.
Produz vinhos frutados, muito aromáticos, com sabores complexos, que vão do leve ao estruturado, podendo atingir elevado teor alcoólico, untuosidade no paladar e acidez equilibrada.
Moscato
Plantada no mundo todo, é destinada para vinhos doces e perfumados.Também conhecida como Muscat e Moscatel, é utilizada para vinhos secos na Alsácia e para espumantes italianos do tipo Asti Espumante e Moscato bianco. Todavia, é corretamente denominada de “Muscat blanc à Petit Grains Ronds”, pois são uvas pequenas e redondas, diferenciando-se nisso dos Muscat D`Alexandrie.
Sendo a única uva vinífera que preserva os aromas de uva no vinho, além de ser uma das espécies mais antigas que ainda são cultivadas.
Dela são produzidos os melhores vinhos da família Muskateller e também excelentes vinhos doces como o Vins doux naturels e o Muscat de Beaumes-de-Venise.
Pode apresentar aromas de temperos e flor de laranjeira, dependendo da idade e da localização do vinhedo.
Riesling
Divide com a Chardonnay o título de melhor uva branca do mundo, sendo original do vale de Reno, na Alemanha (Baden) e na França (Alsácia).
Essa uva produz vinhos com acidez elevada e baixo teor alcoólico, com aromas delicados e florais.
É uma casta excepcional, bem aromática e de personalidade marcante.
Ela apresenta 2 variações, a “Renana” de maior qualidade e a “Itálica” menos expressiva. Possui excelente capacidade de manter suas características varietais, todavia conseguindo refletir as particularidades de cada terroir.
Não costuma passar por madeira.
Por ser uma casta eclética, podemos dizer que pode produzir desde extraordinários vinhos secos, semi-doces e doces.
Ela também pode ser alvo do gundo “Botrytis cinerea”, como também, ser colhida congelada (eiswein), sendo a matéria-prima para, por exemplo, os ice wines.
É de fácil cultivo, com coloração verde amarelada, cachos méios, bagos pequenos e delicados. Com maturação longa, amadure tardiamente.
Os sabores e aromas da riesling são únicos.
Sua degustação começa no nariz, por ser uma das uvas mais aromáticas da terra, e na boca pode-se perceber uma acidez característica com uma textura envolvente, em corpo médio para maior.
